sábado, 21 de dezembro de 2013

Casa de intolerância

Profissão mais antiga do mundo? Acho que não. Talvez a segunda ou terceira, pois para pagar um agradinho, mesmo na época de nossos cabeludos ancestrais primeiro era preciso descolar a moeda de troca e pagar o tributo.

Imagem tão caricatural quanto à do troglodita que dá uma paulada na cabeça da mulher e a arrasta para a caverna, seria essa de que se caçaria ou plantaria algo para negociar o deita e rola. Aliás, diga-se que o sexo consentido (ou sem sentido) é uma prática contemporânea. 

Fato também é que a prostituição é um fenômeno social bastante antigo. Vide Maria Madalena e quem não conhece a história que atire a primeira pedra.

Sempre achei graça do termo casa de tolerância, como um lugar onde tudo é tolerado, liberado. Atualmente as gurias são autônomas. Com os classificados, o celular e a internet, a figura do velho cafetão saiu em grande medida de cena e as p., hoje chamadas de garotas de programa, quando não, profissionais do sexo, têm toda facilidade do mundo para encontrar sua clientela sem a necessidade de intermediação ou clube da mãe Joana que as ampare.

Várias inclusive usam a graninha obtida para bancar seus estudos, que não necessariamente as tirarão da tal vida. O sonho de muitas é ser igual à Bruna Surfistinha e alcançar notoriedade, talvez até como escritoras, vixi, mas outras tantas fazem porque curte e tá acabado. Vou pular o debate moralista que o assunto incita, pois este todos conhecem bem desde que mundo é mundo.

Na França aprovaram essa semana uma lei ou algo assim que vai multar os usuários dos ditos serviços. A intenção é terminar com a prostituição no país. Dizem que seguem o modelo da Suécia que teria reduzido pela metade seus índices do comercinho através de um programa (risos) que já dura uma década.

Pois é nessa cama que deita o novo debate, não mais entre carolas e libertinos, mas entre as quatro paredes do pensamento progressista.
Ocorre que as feministas dividiram-se entre as que defendem que a prostituição é uma profissão tão digna quanto qualquer outra, sendo passível de legalização e tributação e as que consideram que se trata de exploração do corpo sob uma ótica machista e burguesa.

Nos States da América, com exceção de Nevada, onde fica a “divertida” Las Vegas, todos os demais estados criminalizaram a prostituição. Acabou? Claro que não. Pelo contrário, quanto mais proibido, melhor é o fruto. Há algo na natureza humana que está além da ingerência do Estado. Fala sério! Cada um sabe de seu corpo e desde que não haja coação ou exploração de menores (ou mesmo adultos), metam-se os políticos com suas sacanagens.

Enquanto a moda moral retro não pega no país do samba e futebol, franceses, americanos e suecos começam a fazer suas malas para o turismo, creiam os puritanos, somente futebolístico que ocorrerá por aqui no ano que vem.



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