segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Futebol para quem?


Antigamente, bons jogadores de futebol eram encontrados em qualquer bairro de qualquer cidade do País. Os campinhos de peladas se espalhavam por todos os cantos e ofereciam condições às crianças para mostrar qualidade e, ao mesmo tempo, oportunizavam aos "olheiros" pinçar os melhores que, levados para clubes organizados, eram lapidados para surgir no cenário profissional.

O crescimento demográfico das cidades foi eliminando os campinhos e fazendo sumir em grande parte as peladas de finais de tarde, sem contar que também, as crianças urbanas passaram a trabalhar para ajudar na sustentação familiar.

O surgimento de bons jogadores foi reduzido e inclusive, uma mudança no processo natural, com aproveitamento de atletas veteranos (ex-profissionais) pelas agremiações que disputavam os certames amadores, como ainda hoje acontece.

No outro lado da moeda, o material esportivo, cada vez mais sofisticado, foi encarecendo e muitos dos chamados pró-homens (que tiravam dinheiro do bolso para alimentar clubes) foram sumindo e, com isso, o fechamento de um grande número de clubes profissionais e amadores que não resistiram aos novos tempos.

 Para conseguir manter os clubes que sobraram no processo, novas normas foram sendo ativadas, como por exemplo, sócio ter que pagar ingresso para entrar no estádio em dias de jogos, aumento dos valores de mensalidades, comercialização de camarotes e cadeiras nos estádios, entre outras.

Nessa verdadeira roda viva, o futebol se tornou "saco sem fundo". Os atletas se valorizaram profissionalmente e as diretorias, para fazer frente aos custos, também aumentam o valor dos ingressos, promovendo um natural esvaziamento das praças esportivas, com os torcedores passando a escolher jogos para assistir.

O futebol se elitizou, especialmente nos grandes centros, ao ponto de, agora, com a construção das chamadas "Arenas" praticamente inviabilizar a presença de torcedores de menor poder aquisitivo.

Diante desse fato, o ministro dos Esportes, Aldo Rabelo, resolveu realizar reunião com dirigentes de clubes, administradores de estádios, representantes das Secretarias de Esportes dos Estados e da Confederação Brasileira de Futebol, para que seja encontrada uma solução que possa fazer com que o futebol seja, novamente, para o povo.

 Os integrantes da reunião deverão enviar sugestões que viabilizem a redução dos valores de ingressos, entre outras, para evitar que, na maneira como segue, o Brasil tenha monumentais palácios esportivos entregues às moscas.



Comente este artigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário