terça-feira, 13 de agosto de 2013

Filhos mais alegres e bondosos…


Criar filhos é sempre uma das tarefas mais complicadas e difíceis, pois é muito grande a responsabilidade de ensinar crianças e jovens ao longo das diferentes fases do desenvolvimento. Hoje é uma das funções mais longas acompanhar um filho até que ele consiga ficar independente, e filho é para toda a vida, mesmo que já saiba se cuidar. Tudo o que lhe acontece ficamos envolvidos, de uma forma ou de outra, não importa, pai e mãe amorosos ficam ao lado, torcem, opinam, ajudam e fazem o possível para que a vida dos filhos ande.

Já vimos em todas as épocas filhos criados com abandono, quando sequer se sabia que precisavam de cuidados intensos, por pura falta de informação. Vimos também as repressões intensas com punições severas que sempre rebentaram com as personalidades em formação e com a autoestima de crianças e jovens que cresciam com medo e com o pensamento de que sempre faziam algo errado. Filhos estes que nunca tinham certeza do amor de seus pais e por eles também não poderiam nutrir bons afetos, por conta das raivas e dos ódios que sobrevinham com os maus-tratos inexplicáveis.

Tudo foi melhorando e estudos sobre a infância e a adolescência contribuíram para que os pais se preocupassem com o desenvolvimento saudável de seus rebentos. Entenderam que proteger e dar segurança é muito importante e que o carinho e o limite são fundamentais, mas que tudo pode ser feito com um olhar de mais ternura para que haja espaço para a criança e o jovem se ver e melhorar.

Assim, vivemos mais a época dos diálogos, dos questionamentos e de que não sabemos responder a tudo, mas que podemos encontrar respostas juntos, uns com os outros e, com isto, quero dizer, resposta com os próprios filhos.

Sabemos desde então que dizer "não" pode ser feito também com afeto, sem a dureza e a rispidez que antes predominava; sabemos que um filho precisa ser ouvido, precisa dizer o que pensa e o que sente e que tudo isso deve ser considerado. Nada disso tem relação com inverter os papéis e deixar os filhos a comandar tudo, ao contrário, não há necessidade de um comando rígido se pais e filhos se olham nos olhos e perguntam o que está acontecendo. Ignorar um filho é terrível! Ficar lado a lado sem falar, como se o outro não existisse, é mais terrível ainda! Ser brigão não é um problemão, pois é dessa maneira que se chega a alguns progressos.

Também é importante lembrar que as infelicidades dos pais aparecem na criação dos filhos, aparecem no que os filhos demonstram e nos comportamentos mais desajustados dos filhos. Por isso, é que os pais precisam se perguntar o que está havendo em suas vidas quando algo está ocorrendo na vida dos filhos. É uma rede que se entrelaça e se amarra em alguns pontos. Não quero falar de culpas, mas sim de responsabilidades e que tudo está em relação. Nada acontece isolado. É duro! Mas é! Não se pode olhar para a vida confusa dos filhos e dizer que não temos nada com isso.

Pais felizes criam filhos mais felizes. Pais amáveis criam filhos mais bondosos. Pais amorosos criam filhos que sabem abraçar, olhar dentro dos olhos e segurar a mão quando é preciso. E tudo isso não quer dizer que não existirão discussões ou discordâncias.

Pais e filhos podem deixar de ser inimigos e aprender um com o outro, recuando, mudando, se arrependendo, corrigindo e, principalmente, dando lugar para o outro. Pais devem dar lugar para os filhos e filhos devem dar lugar para os pais.

Pais que respeitam vão ter filhos que sabem respeitar. Pais companheiros terão filhos companheiros. É só uma questão de paciência e de insistir como afeto. É também uma questão primordial viver feliz na função que um dia foi escolhida, ou não, mas que ocorreu: ser pais.

Filhos refletem muito os pais e as diferentes fases dos pais.


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Um comentário:

  1. É a mais pura verdade, tanto que vou dar um ex. recente, um garoto da escola não sabia o que significava a palavra afeto ( o pai e mãe estão presos)Cresceu recebendo vídeo games, celulares de ultima geração etc.... Agora com essa situação vive com a avó e está totalmente perdido, ele só conhecia o amor através de bens materiais, mas não tinha a mínima noção de afeto, carinho, amor..., ele é o resultado da criação, dos valores morais que recebia em casa,resolve as coisas na base do tapa e da truculência, temos dado mais atenção à ele, tentando mostrar que existe carinho verdadeiro, que a vida não é feita de trocas materiais. Os filhos são esponjas dos pais.

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