segunda-feira, 6 de maio de 2013

Geólogos divulgam imagens de possível continente submerso a 1,3 mil quilômetros do Rio Grande do Sul


Geólogos brasileiros divulgaram, na tarde desta segunda-feira, imagens daquele que seria um pedaço de continente que submergiu durante a separação da África e da América do Sul. Localizado a 1,3 mil quilômetros da costa do Rio Grande do Sul, ele teria se desprendido na época em que surgiu o Oceano Atlântico, há cerca de 200 milhões de anos.

Através de uma parceria entre Brasil e Japão, a expedição realizada em abril deste ano levou cientistas dos dois países, a bordo do equipamento submersível Shinkai 6.500, para coletar imagens da cordilheira submersa que está em frente à costa brasileira, a Elevação do Rio Grande. A partir de uma análise inicial, eles indicaram que a região pode conter um pedaço de continente que ficou perdido no mar por milhões de anos.

Conforme Roberto Ventura Santos, diretor de geologia de recursos minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), um grupo de pesquisadores está desenvolvendo estudos na área internacional do Atlântico Sul há quatro anos. Em 2011, durante um serviço de dragagem (coleta de fragmentos do solo oceânico para análise) na região da Elevação do Rio Grande, foram encontradas amostras de granito, que é considerado um tipo de rocha continental.

— Inicialmente não se sabia qual a procedência exata dessas amostras. Elas poderiam ter sido jogadas na região por outros navios, ou poderiam pertencer ao local — explica Ventura.

Com as imagens coletadas na missão do navio japonês, os pesquisadores conseguiram captar fotos de grandes blocos dessa rocha granítica no meio do Atlântico, o que representa um forte indício de que se trata mesmo de um pedaço do continente que foi separado há milhões de anos.

A certificação deve vir no final do ano, quando o grupo pretende realizar perfurações na região para encontrar mais amostras.

— A nova missão deste ano será fazer a perfuração no local, e esperamos que até setembro isso já tenha se concretizado — explica Ventura.

Ainda de acordo com Ventura, o grupo pretende enviar ao governo brasileiro uma solicitação para que o país reclame uma área de 3 mil km² da Elevação do Rio Grande, que está em águas internacionais, junto à Autoridade Internacional de Fundos Marítimos (ISBA), um organismo ligado à Organização das Nações Unidas. A ideia do CPRM é conseguir uma permissão para realizar estudos no local.


Zero Hora.

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