quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A orquestra que somos...


Não vejo como diferenciar em grau de importância uma profissão de outra. Cada uma compõe a imensa orquestra da sociedade.
“Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia.” (Martin Luther King, político norte-americano, 1929-1968)

O sapateiro, o médico, o gari, o advogado, a dona de casa, o mecânico, o engenheiro, o agricultor, a empregada doméstica, o radialista - não vejo como diferenciar em grau de importância uma profissão de outra.

Cada uma compõe a imensa orquestra da sociedade. Se somente um dos artistas falhar, a música não será a mesma.

Penso na cidade tocada pela vassoura do gari. Imagine se ninguém aceitasse trabalhar nesse valoroso labor: recolher, com a vassoura, as folhas secas das árvores, os plásticos e restos de cigarros deixados por pessoas que ainda não descobriram que o planeta é a casa de todos e por isso deve ser limpa em todos os seus meandros.

O gari soleniza os espaços públicos para que os transeuntes andem livremente pelas praças, calçadas, ruas, ruelas - higienicamente no direito constitucional de ir e vir. O gari dignifica a cidade. E dignidade não tem preço.

Recentemente, no mundo, outra profissão se expande com um viés de ecologia e inserção social: a de catador. Resíduos sólidos produzidos pela humanidade precisam ser reciclados: é o lixo que deve virar luxo, seja no reaproveitamento para tornar-se em produtos utilitários, seja para tornar-se húmus para a riqueza dos solos.

Alguns se preocupam em escolher eufemismo para o ofício: “agente ambiental”. Qualquer que seja o nome, o mister é nobilíssimo.

Se cada um dos músicos da orquestra que somos buscar a perfeição em cada número musical, em cada ensaio, a apresentação final deverá ser bela, fascinante aos ouvidos onde chegar.

Cuidado: não vamos desafinar.

Por: Juarez Machado de Farias.

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3 comentários:

  1. William, perfeita colocação.
    É o que sempre digo, todo mundo tem o seu valor.
    O que seríamos de nós sem o trabalho tão importante dos garis. De tantos outros trabalhadores que fazem com que as cidades fiquem organizadas.

    Bjs

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  2. Sim, bela comparação William! músicos, orquestra, melodia, instrumentos, cordas, afinação...cabe tudo aí e cada um com sua contribuição única, ímpar sem necessitar competição. Cada um tem seu valor. Texto perfeito, amei!

    Passei prá te fazer uma visita. Tem muita coisa boa, mas não poderia deixar de comentar esse texto.
    Bjus. Fica com Deus.

    IvaldetePiunti
    http://oamoreetudo.blogspot.com.br

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