Renan Calheiros é alvo de denúncia enviada ao
Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República e pode
assumir como presidente do Senado Federal na sexta-feira
Será uma vergonha para o Brasil se, na
sexta-feira, o Senado Federal escolher como seu novo presidente Renan Calheiros
(PMDB), considerado favorito na disputa. Vamos relembrar. O candidato declarado
é alvo de denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria
Geral da República. Denúncia esta, na avaliação do titular do órgão, Roberto
Gurgel, "extremamente consistente". O caso refere-se ao período em
que o senador foi acusado de não conseguir comprovar a origem de sua renda. Calheiros
apresentou notas de vendas de bois para justificar sua situação financeira no
pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. A
situação envolve ainda o pagamento de despesas por um lobista da empreiteira
Mendes Júnior.
O episódio remete a 2007 e levou Renan
Calheiros a renunciar à presidência do Senado para evitar a cassação. E seis
anos depois, o homem que abriu mão do posto para não perder tudo, retornou e
tenta voltar ao mesmo posto pelo voto dos colegas.
O novo presidente do Senado Federal será
eleito nesta sexta-feira. O eleito precisará obter a maioria dos votos - a
votação será secreta - durante reunião preparatória às 10h, quando deverão
estar presentes pelo menos 41 senadores, a maioria da Casa. O processo ocorrerá
em turno único e a possibilidade de um novo pleito só existe no caso de empate
entre dois ou mais candidatos.
Mesmo com toda essa situação incômoda,
de voltar a enfrentar denúncias e investigação, o presidente do PMDB, senador
Valdir Raupp (RO), declarou no começo da semana que o envio da denúncia ao STF
não constrange o partido. Deveria. Assim como deveria se constranger também
pelas acusações feitas ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O principal
candidato a líder da bancada do PMDB na Câmara pode ter usado documentos falsos
para se livrar de um processo no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de
Janeiro. Essa votação ocorre no domingo e o deputado é o favorito para comandar
a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, decisiva nas votações a favor do
governo. A falsificação de assinaturas de documentos anexadas por ele ao
processo que responde foi atestada por laudo do Instituto de Criminalística.
O Brasil tem o costume de surpreender o
Brasil. Quando bons exemplos surgem, velhos problemas são resgatados, exemplos
de um país que tem enorme dificuldade para se livrar da má política e de todas
as suas engrenagens de bastidores. O velho Brasil que, na sexta, poderá alçar
Renan Calheiros à presidência do Senado, um cargo que também pode presenteá-lo,
temporariamente, com o posto de presidente do país.
Comente, participe...
Provavelmente será eleito. Precisamos de uma reforma de pensamento, uma reforma política, uma sociedade mais organizada. Sem isso, continuaremos ver cenas tristes dessas se repetirem!!!
ResponderExcluir