terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Nós, os habitantes indesejados


Provavelmente, no início da formação da vida no planeta Terra, havia uma grande rede de DNA distribuída por organismos extremamente simples.

“Os humanos são, sem dúvida alguma, a espécie mais dominante que a Terra já conheceu. Em apenas alguns milhares de anos, engolimos mais de um terço da área do planeta para criar as nossas cidades, fazendas e pastos. E estamos deixando uma boa bagunça para trás: aramos prados, arrasamos florestas, drenamos aquíferos, geramos lixo nuclear e a poluição química, empurramos espécies invasoras, promovemos extinções em massa e, mais recentemente, criamos o fantasma da mudança climática. Se pudessem, as outras espécies que partilham a Terra conosco certamente nos colocariam para fora do planeta.” Bob Holmes

Provavelmente, no início da formação da vida no planeta Terra, havia uma grande rede de DNA distribuída por organismos extremamente simples, mas que possuíam, em absoluta desordem, todas as informações que gerariam o homem de hoje, ser complexo que se diferencia dos demais pela plena capacidade de ter conhecimento de si e de dar significado a toda a informação acumulada em seu centro de memória genético.

Sendo criado por métodos totalmente empíricos onde os erros impuseram-se sobre os acertos e o acaso e permitindo melhores identificações com o ambiente, surge o homem pelas mãos da incerteza.

Inteirando-se do planeta, conquistando cada palmo de sua morada, viu-se compelido a fazer modificações: os rios caudalosos e repletos de animais e plantas que lhes davam vida e ainda contribuíam para que o homem pudesse se deslocar por sobre suas águas e buscar alimento passaram a serem utilizados como local de despejo de dejetos altamente poluidores e suas nascentes adulteradas a ponto de influir no equilíbrio original; as florestas pareciam muito fechadas, cheias de feras e outros perigos e atrapalhando o progresso e a expansão do homem pela Terra, começaram, então, a serem cortadas, queimadas, mutiladas de todas as formas possíveis; plantas e animais começaram a ser transferidos para todos os lugares segundo a conveniência do homem e sem o mínimo controle das interferências desastrosas sobre o equilíbrio original e que poderia afetar a sobrevivência do próprio homem; florestas plantadas onde antes havia campo, campos plantados em substituição às florestas, enfim, toda a organização de quatro bilhões e meio de anos começou a ser desfeita para servir a uma única espécie.

Enorme interferência só poderia resultar em um grande desequilíbrio de dimensões planetárias que, embora o conhecimento de todos seus efeitos e o alarde da impossibilidade de consertar a bagunça ecológica nos próximos cem anos, continua a prosperar por conta do argumento inconsequente da necessidade de desenvolvimento, talvez para uma Terra sem a espécie humana e que levaria cem mil anos para apagar todos os vestígios da passagem desta espécie autofágica, se esta desaparecesse hoje.

Por outro lado, se colocarmos a sabedoria acumulada além da ciência e se o homem puder entender a importância de alcançar os sonhos, transpondo os limites da utopia para a geração de novos sonhos, que só poderão ser sonhados por homens que entendam que a sua casa é o planeta e que esta deverá ser reconquistada em concordância com os demais habitantes para que os caminhos da evolução continuem a ser os da incerteza e do acaso, talvez não sejamos eliminados de nossa morada a bem da harmonia planetária.



Comente este artigo....

Nenhum comentário:

Postar um comentário