terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ahhhhh, meu saco!


É assim mesmo, ou tudo isso é fruto de alguma viagem mental obscura digna de algum texto sórdido de Hunter S. Thompson? Já faz alguns meses que venho me questionando com essa frase sobre o mundo, e melhor: sobre as pessoas. Existem coisas que realmente não consigo compreender de forma sóbria ou, como convém socialmente, de forma normal.

Decididamente existem situações, cenas e coisas que beiram o fantástico e o bizarro, justamente para quebrar com as convenções estáticas, estéticas e patéticas que somos obrigados a engolir goela abaixo porque simplesmente faz parte da vida em grupo. Parece que vivemos uma espécie de embriaguez social, só que de forma contraria ao efeito que o álcool causa em nosso corpo quando abusamos dele.

E tudo isso me leva a crer que jamais conseguiremos viver (e quem dirá conviver) com outros seres da mesma espécie dentro de um território previamente demarcado. E afirmo isso com veemência, pois a cada dia que passa parece que evoluímos como seres humanos. Só que de trás para frente.

Abusamos uns dos outros. Culpamos os que estão mais próximos pelos erros que cometemos. Falamos mal de políticos ladrões, mas não nos importamos em passar a perna em quem quer que seja apenas para economizar uns trocados. E por aí segue.

Vejo avanço na indústria farmacêutica e, ao mesmo tempo, vejo gente morrendo por falta de atendimento. Observo médicos indignados porque seu paciente agradeceu a Deus por ter se curado, e não ao profissional todo poderoso que está ali fazendo o seu trabalho e que não deve esperar nada, pois não fez mais do que a sua obrigação. Noto o medo nos olhos dos outros sempre que alguém menos provido resolve cruzar a rua lado a lado. E as horas seguem assim, dentro desta cadência sinistra de desconfiança, medo e indiferença.

E depois eu sou obrigado a ouvir que Bukowski, Thompson e Fante são homens de textos nada enaltecedores. Balela! Falácia! Mentira! Blasfêmia! Prefiro ficar com eles, que ao menos são sinceros, do que ter de depositar minha confiança, minhas expectativas e até minha vida nas mãos de alguém sem o brilho da vida nos olhos.

Um brinde aos seres verdadeiros e sinceros. Sejam eles quem forem. E uma banana aos falastrões falsários que recheiam o espaço existente entre o céu e a Terra com suas frustrações escronchas lotadas de um moralismo barato e repleto de demagogia. Quero conviver com pessoas e não com organismos estranhos que apenas buscam um hospedeiro desavisado.


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Um comentário:

  1. Olá boa noite amigo!!
    A sinceridade não é uma virtude presente na maioria das pessoas , desde cedo somos condicionados por nossos pais a mascarar a verdade.
    Se alguém nos dá algo e não gostamos , não podemos ser sinceros e, dizermos que não queremos, porquê não gostamos, isso é falta de educação.... ensinam nossos pais.
    Nossos pais e a sociedade em si, difundem a idéia de que isso é feio e portanto, nos ensinam a mentir desde cedo para "agradarmos" aos outros!! E nessa ilusão vamos enganando e sendo enganados. A hipocrisia acaba se tornando algo meio que "normal" e aceitável e nesse círculo de pessoas , nunca sabemos exatamente com quem estamos lidando até certo ponto!! Um abraço , Luciano!

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