domingo, 8 de julho de 2012
A Idade das Trevas, época de violência e medo.
Portas, grades, muros, arames farpados... Cercas físicas e elétricas, correntes e cadeados. Tudo o que protege da escuridão nos separa, também, da luz. Alguém precisa dar mais atenção à influência das tantas barreiras físicas no ânimo de nos aproximarmos uns dos outros.
Em pleno Século 21, voltamos à Idade das Trevas, época de violência e medo.
Ninguém me convence de que o isolamento cada vez maior e sua consequente intolerância não nascem de uma contaminação psicológica dos limites contundentes em nossas propriedades, especialmente em grandes centros urbanos. Se o outro vem da fronteira estabelecida entre o bem e o mal, e estou seguro de habitar o lado do bem, ele é, a priori, uma ameaça.
Para mim, o recado transmitido por uma porta sólida, gradeada e com um olho mágico sempre foi evidente: estou desobrigado de atender. Vejo o outro lá fora, mas permaneço oculto em minha toca, acuado, indisposto. Ao sair, recorro ao vidro escuro do automóvel, novo manto da invisibilidade. Tudo é feito para escapar do constrangimento da exposição.
Também o recado de um muro alto é claro: você não é bem-vindo. Seu olhar deve permanecer de fora, não quero ouvir o som que você produz, em nada me interessa quem está do outro lado. Além do mais, a ignorância sobre o entorno é reconfortante: poupa-nos de todo e qualquer impulso de solidariedade. Desculpa-nos de eventuais omissões.
O recado de um porteiro eletrônico é frio como a voz metalizada: convença-me de quem é você, diga o que deseja, seja convincente. O recado do agente de segurança que nos prende em eclusas é explícito: desconfio de você a ponto de cercear arbitrariamente sua liberdade pela simples ousadia de querer entrar. O recado de uma cerca elétrica é ameaçador: perigo! E o cão que ladra avisa que morderia antes mesmo da invasão, pois foi treinado para farejar, em todos, potenciais inimigos.
Assim, para sairmos de nosso lar em direção à casa de alguém é preciso, primeiro, ter coragem para enfrentar a Floresta Má do espaço público. Depois, aceitar o fato de que o feitiço desta floresta nos transforma em seres potencialmente perigosos, para os quais todos os recados convergem: vá embora! Por fim, carregar como antídoto uma poção com doses elevadas de paciência, perseverança, simpatia e fé.
Duvida? Leia os soturnos manuais de segurança para conferir quais foram nossas "conquistas" civilizatórias. Ali, o cabal reconhecimento ao poder das trevas. Ali, nada do que mais almejo: a cálida e reconfortante luz das almas.
Por: Rubem Penz.
Comente, participe...
Postado por
William Junior
às
20:50
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Linkbão
Oi Torpedo
Oi Torpedo Web
Click Jogos Online
Claro Torpedo
Claro Torpedo Gratis
Rastreamento Correios
Mundo Oi
oitorpedo.com.br
mundo oi torpedos
mundo oi.com.br
oi.com.br
torpedo-online
Resultado Dupla Sena
Resultado Loteria Federal
Resultado Loteca
Resultado Lotofacil
Resultado Lotogol
Resultado Lotomania
Resultado Mega-sena
Resultado Quina
Resultado Timemania
baixa-facil
Resultado Loterias
E-Scripter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário