quinta-feira, 31 de maio de 2012

No país dos desdentados...a vida continua...




Esta não é uma historinha fictícia que acaba com final feliz. Este País foi assim referido, pelo que lembro, há alguns anos atrás. E hoje, percebo com preocupação, conquanto não seja minha área específica de atuação, que o quadro ainda é bastante grave.

Grave para saber da responsabilidade que temos, atuantes em movimentos sociais e educadores, ou simplesmente na condição de cidadãos, de denunciar novamente o descaso com a saúde e a educação, que leva a resultados como o que já apurou o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, sobre o índice de pobreza ou a Pesquisa sobre Saúde Bucal, de 2004, feita pelo Ministério da Saúde.

Ainda, ironicamente, de acordo com a ABO (Associação Brasileira de Odontologia), nosso País se destaca não apenas pela quantidade de dentistas que forma, mas porque são considerados como os mais competentes profissionais do mundo.

Carecemos de investimentos na prevenção da cárie. Por melhor que sejam as técnicas de prótese e reparação estética, elas estão fora do acesso de uma grande maioria da população. Para esses resta o precário e concorrido atendimento nos Postos Médicos do SUS, insuficientes para tamanha demanda, ausentes em tantos locais e com atuação restrita a alguns serviços.

Neles é feita a extração, limpeza, aplicação de flúor e a obturação. Não é permitido fazer Tratamento de Canal, como se isto fosse um luxo! Logo, sendo esta a indicação, e tratando-se de um serviço particular e caro, sobra a opção de deixar de salvar o dente e extraí-lo.

Daí, já ter sido dito também, que o Brasil é um país de “benguelas”.

Estamos falando do Brasil onde os políticos votam nos seus próprios e gordos salários, onde as cifras que envolvem desvios escandalosos são astronômicas, mas a saúde pena.

Servidores da segurança, professores e médicos imploram pagamento digno, e a fome, miséria e desemprego ainda fazem parte da realidade de muitos... O país que já tem o CEO – Centro de Especialidades Odontológicas, que parece poder ser implantado nos municípios onde o gestor promova condições e empenho, recebendo investimento para tal. Poucas cidades terão o serviço a partir de junho, provavelmente.

Sendo tudo isto, vergonhoso e triste, não se precisa sorrir! É para engolir inteiro e a seco. Tudo em nome de um sistema que privilegia a concentração de muito na mão de poucos.
O problema se revela em relação aos cuidados com os dentes, porque, por certo daria muito prejuízo aos cofres públicos remediar o mal feito (carências de atendimento preventivo e educação) até que a situação se reverta.

Por: Gicelda Mara F. Silva

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