terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A pele que esconde a pele



Chega dezembro e o calor se torna algo perturbador. E o pior dos problemas é o suor exagerado ou os dias sem vento. O problema mor são as saias, aquelas que habitam a limítrofe linha que paira entre os joelhos e as canelas. Não existe escapatória quando as saias começam a esvoaçar seus tecidos e estampas. Me desculpem os puristas, as feministas e as mulheristas: saia é obra do Diabo, que deve ter sido um estilista modernoso e arrojado e que, por isso, caiu do céu e foi encontrar nos meandros do submundo a sua morada... Calorosa.

O conceito de sexy vem sendo deturpado com o passar dos anos. A vulgaridade ganhou mais status do que o bom gosto e a fineza dos traços. Tanto das roupas quanto das mulheres. Já as mulheres de saia mostram, mas escondem. Te chamam, mas te afastam. Se abrem e se fecham como um portal que dá passagem para uma dimensão ainda desconhecida do ser humano (e de difícil acesso).
Shorts, mini saias, calças justas, bermudinhas, vestidos, saiões... Me desculpem! Nada se compara a vaidade sem precedente de uma saia. As mulheres de saia estão no meio termo da provocação e do recatamento. As pernas insinuam-se dizendo sim e não quase quase que em tempo real. E é aí que está toda a graça.

Mulher de saia provoca. Pelo menos a mim, pois nunca sei o que esperar quando uma aparece pela frente. Que prazeres carnais, espirituais, presenciais e sobrenaturais estarão escondidos (tal qual um tesouro) por debaixo daquele tecido cheio de cores? Que beleza estonteante há de existir por debaixo daqueles panos escuros e divinos? Não sei. E mesmo que você descubra, jamais saberá de verdade o que as saias querem. Quais são suas reais intenções.

Sim, sou fã de mulheres com saia. Aprecio do bom gosto de uma mulher quando a mesma pensa o que está vestindo. A saia é a pele que esconde a pele. É o coeficiente inspirador da mente amorosa do homem. É o estimulante poético daquele que vê nas mulheres as suas diferentes belezas. Bendito Diabo, inventor da saia! Que teu feito seja louvado pelos quatro cantos do mundo. Que todas as pernas, indiferente de seus estilos, tamanhos, formatos e cores possam vir a ter o prazer de vestir uma peça assim, que coloca a mulher em um patamar de semideusa. E lembrem-se sempre, por favor: A beleza está nos olhos de quem vê beleza naquilo que fita. E quão belo é ver uma mulher de saia. Destas que habitam a limítrofe linha que paira entre uma das partes mais intrigantes de uma mulher.


Por: Daniel Bittencourt.

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