domingo, 11 de dezembro de 2011

Corda Estendida...



Talvez este seja um dos requisitos para se levar a vida longe da mediocridade. Aliás, falar sobre mediocridade não é fácil, pois diz respeito a um conceito bastante polêmico de homem médio, assente numa idéia de padrão mediano no qual a grande maioria se adequa, por mais que não queira. Ficar longe, então, é muito mais difícil do que se imagina.

A corda estentida traduz uma metáfora da relação do ser humano consigo mesmo, seus objetivos de vida e com os outros. Significa uma inabalável e incontida energia para realizar e transformar a realidade. Denota uma relação tensa pela necessidade de superação permanente de objetivos e metas. É inquietação, força, determinação, entusiasmo, potência, impulsão!

Levar a vida como uma corda estendida, eis a questão! O grande problema, como em toda a corda, é que ela pode estourar. Aí se foi. Quando a corda estoura os danos são grotescos e muitas vezes severos. Isso porque a superação constante de limites tem que ser medida e projetada de acordo com as possibilidades, sob pena de perecimento. Relações cortadas são difíceis de reatar e podem deixar profundas feridas não cicatrizáveis.

Entretanto, há vezes que a corda pode ficar frouxa. Às vezes, não sempre! E isto porque a constância do afrouxamento pode levar a uma simples manutenção de posição ou, pior ainda, ao retrocesso. O ócio episódico tem as suas virtudes, o que deve fazer Bertrand Russel ficar parcialmente satisfeito (este filósofo inglês escreveu um livro chamado Elogio ao Ócio, muito exagerado, pois faz uma elogio insuperável das virtudes do ócio...). Há vezes em que a corda frouxa é essencial para o robustecimento da força transformadora. Como antes dito, às vezes.
Qualquer divagação sobre a superação do medíocre não pode deixar de considerar o grande filósofo José Ingenieros, na sua cláassica obra O Homem Medíocre. A mediocridade está ligada a falta de ideais, a uma fraca personalidade, a um conservadorismo, à rotina, à inveja das glórias e conquistas alheias. Não tem muita coisa boa não nestas características. Entretanto, estão presentes no gênero humano.

Estar além do padrão médio não é tarefa para gênios. Estes estão acima dos que já estão acima. Superar a mediocridade é tarefa para quem não se conforma com as coisas como elas são. De quem quer fazer a diferença. De quem quer se superar permanentemente. De quem possui ideais e cultua a excelência, as virtudes e as conquistas. De quem crê no mérito, acima dos favoritismos. De quem acredita na força transformadora do ser humano.

Então, o que resta? Escolher um caminho. Aí, compete a cada um. Ou a complacência inerte dos fatos da vida, ou a o agir rebelde, transfigurador, construtor e modificador da vida. Escolhas são escolhas. Prefiro a segunda opção.

Muito mais pode ser escrito sobre esta temática. Nada de novo, pois sempre pode ser dito muito mais do que é dito, até mesmo porque nunca se diz tudo. Não é possível tudo expressar. Mas também sempre fica algo, visível ou não, expresso ou implícito. Hasta luego!

Por: Giovani Corralo, Passo Fundo. Seu blog está linkado ao Metendo o Bico.

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Um comentário:

  1. Somos todos medíocres, em determinados pontos e momentos. Se eu me indigno com a politica do pais e nada faço, ou faço pouco, estou sendo medíocre, acomodado.

    Mas se acomodar com a mediocridade é ser mais medíocre ainda, é o cúmulo. É como diz o velho ditado: mente ociosa é a oficina do diabo. Abraços e excelente artigo. Abraços

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    *** Pacto de Vida ***
    http://pactodevida.blogspot.com

    Confira: 6 ilusões de ótica inesperadas em fotos
    http://pactodevida.blogspot.com/2011/12/6-ilusoes-de-otica-inesperadas-em-fotos.html

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